AE-AP - Agência Estado
Uma equipe de cientistas lançará uma expedição ao Titanic no próximo mês para avaliar as condições do mais famoso naufrágio do mundo e criar um detalhado mapa 3D que " vai tirar, virtualmente, o Titanic do fundo do mar para o público". A expedição ao local a 4 quilômetros de profundidade sob o Oceano Atlântico está sendo apresentada como a mais sofisticada expedição científica ao Titanic desde a descoberta dos restos do navio, há 25 anos.
A jornada de 20 dias deve partir de St. Johns, na província canadense de Terra Nova, numa parceria entre a RMS Titanic, empresa que tem os direitos de resgate do navio, e a Instituição Oceanográfica Woods Hole, dos Estados Unidos. A expedição não fará coleta de artefatos, mas sondará o campo de destroços de 3 km por 5 km, onde milhares de objetos permanecem espalhados.
Alguns dos visitantes mais frequentes do local farão parte da expedição, ao lado de importantes cientistas submarinos e de organizações como a Administração Nacional de Atmosfera e Oceano (NOAA) dos Estados Unidos. Os organizadores afirmam que os dados e imagens ficarão, no fim, disponíveis para o público.
"Pela primeira vez, realmente vamos tratar isso como um sítio arqueológico, com duas coisas em mente", disse o cientista David Gallo, um dos líderes da expedição. "Uma é preservar o legado do navio, ao melhorar a história do Titanic em si. A segunda é entender exatamente qual o estado do navio". O Titanic bateu em um iceberg e afundou em sua viagem inaugural em 15 de abril de 1912, deixando 1.522 mortos.
Desde que o oceanógrafo Robert Ballard e uma equipe internacional descobriram o Titanic, em 1985, a maioria das expedições dedicou-se a fotografar o naufrágio ou recolher artefatos, como louças, sapatos e peças do navio. O cineasta James Cameron, diretor do filme Titanic, também levou equipes ao local do naufrágio para gravar a proa e a popa, que se separaram durante o afundamento e hoje estão separadas por 500 metros.
A equipe de oceanógrafos, arqueólogos e outros pesquisadores vai agora fazer uma avaliação das duas seções do navio, que estão submetidas a correntes marítimas, água salgada e à pressão do fundo do oceano. A expedição usará tecnologias de imagem e sonar que nunca tinham sido aplicados ao Titanic e para sondar quase cem anos de sedimentos acumulados, a fim de obter o mais completo inventário possível do conteúdo do navio. "Estamos tratando isso como uma cena de crime", disse Gallo.
Fonte: Estadão
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